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Bolsonaro diz que Mandetta queria liberar aplicação do Revalida para instituições privadas

Publicado em: 24/8/2020

por Ailma Teixeira

Bolsonaro diz que Mandetta queria liberar aplicação do Revalida para instituições privadas

Foto: Isac Nóbrega/ PR

No momento em que é alvo de milhares de menções negativas nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) resolveu lembrar de uma situação com o envolvimento de seu primeiro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O ex-deputado federal pelo DEM foi exonerado do governo em abril após discordâncias com o presidente na política de combate à pandemia (relembre aqui).

 

Mais de quatro meses após a demissão, Bolsonaro contou que houve uma reunião com entidades médicas, em dezembro de 2019, em que discutiram o projeto de lei que criou o programa “Médicos pelo Brasil”, substituto do “Mais Médicos”, lançado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “Um dos artigos permitia que as instituições privadas pudessem aplicar o Revalida e a orientação dele era pra sancionar o projeto”, lembra o presidente, dizendo que ficou desconfiado com a atitude, em evento realizado na manhã desta segunda-feira (24).

 

“Com todo respeito que eu tenho, tem excelentes faculdades privadas. (…) Mas senti naquele momento que tinha alguma coisa errada com os médicos”, acrescenta Bolsonaro. Diante do estranhamento, o presidente afirma que levou suas dúvidas a um dos médicos, que aconselhou pelo veto ao artigo. “Aí fui e vetei”, confirmou.

 

Como o veto foi mantido no Congresso, a prova que autoriza a prática da Medicina no Brasil para médicos formados no exterior continua sendo aplicada apenas no ensino público.

 

SAÍDA DE MANDETTA

Apesar de repetir que não iria fazer ataques a Mandetta, Bolsonaro e o ex-ministro romperam o vínculo de forma não amigável. Mandetta foi exonerado por discordar do presidente quanto ao isolamento social e ao protocolo de uso da cloroquina e da hidroxicloroquina.

 

Enquanto o ex-ministro mantinha posição contrária à recomendação dos remédios para casos leves da doença, Bolsonaro se comporta como garoto-propaganda da medicação (veja aqui). O sucessor de Mandetta, o também médico Nelson Teich, saiu da pasta depois de menos um mês por discordâncias no mesmo sentido.

 

Já Bolsonaro insiste na eficácia do remédio, mesmo reconhecendo que não há comprovação científica de que ele ajude no tratamento contra o coronavírus. “Mais de 10 ministros pegaram a Covid e se trataram. (…) Então, no final, a observação é que está dando certo”, defende.

 

EM BAIXA NAS REDES

Mandetta e a cloroquina voltam a ser pautadas pelo presidente no momento em que ele é alvo de milhares de menções negativas nas redes sociais. Mais de um milhão de mensagens no Twitter o questionam sobre os repasses feitos pelo ex-assessor Fabrício Queiroz à primeira-dama Michelle Bolsonaro (saiba mais aqui). Se trata de uma reação de jornalistas, artistas, políticos, influenciadores e diversos cidadãos contra a atitude de Bolsonaro, que disse ter “vontade” de encher a boca de um repórter “com uma porrada” (veja aqui) após o profissional ter feito essa pergunta em um evento na tarde de domingo (23).

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