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Exército deverá responsabilizar ao menos 20 militares pelo furto de armas de quartel

Publicado em: 23/10/2023

O Exército deverá responsabilizar ao menos 20 militares pelo furto de 21 armas do Arsenal de Guerra em Barueri, na região metropolitana de São Paulo.

O inquérito policial militar apontou que há ao menos sete suspeitos de participação no furto do armamento.

A informação foi dada neste domingo (22) pelo general de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste.

Eles serão imputados por transgressão disciplinar por negligência ou por erro de procedimento interno. A responsabilização ocorrerá na esfera administrativa.

O Comando Militar do Sudeste ainda mantém 50 militares aquartelados na unidade de Barueri, 12 dias depois de constatado o furto do local.

Segundo o Exército, são soldados e oficiais de várias graduações, que continuam sem autorização de saída do quartel, “para que possam contribuir com as investigações”.

Imediatamente após a confirmação do desaparecimento de 13 metralhadoras de calibre .50 e oito fuzis de calibre 7,62, no dia 10 passado, 480 militares foram proibidos de deixar o Arsenal de Guerra. Na terça passada (17), o número caiu para 160.

“O Arsenal de Guerra de São Paulo permaneceu em prontidão com seu efetivo total de 10 até 17 de outubro, passando à situação de sobreaviso, com o objetivo de contribuir com a investigação e possíveis ações necessárias”, disse o Exército na última passada.

Aquartelamento é o procedimento que mantém militares dentro do quartel e costuma ser acionado em situações em que a tropa precisa ser mobilizada rapidamente para a ação.

No caso do sumiço de 21 armas do Arsenal de Guerra, o aquartelamento serviu tanto para manter suspeitos no local quanto para agilizar uma eventual operação de busca das armas.

Por causa do furto, o Exército disse que processos da organização militar estão sendo revistos.

Uma das mudanças está no comando da unidade de Barueri. Por ordem do comandante do Exército, general Tomás Paiva, o então diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo, o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, foi exonerado e será transferido. Para o seu lugar, foi nomeado o coronel Mário Victor Vargas Júnior que comandou, entre outros, o 28º Batalhão Logístico de Dourados (MS).

Das 21 armas furtadas, quatro ainda seguem desaparecidas. São metralhadoras de calibre .50.

As demais foram encontradas pelas polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo, na quinta e na sexta-feira (20).

Segundo o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, as armas iriam para o crime organizado.

“Elas [as metralhadoras] tinham endereço certo. A informação que se tem é que tanto Comando Vermelho quanto PCC seriam os destinatários finais desse armamento”, afirmou, sobre as facções que comandam o crime organizado em São Paulo e Rio de Janeiro.

Na primeira apreensão, oito das armas foram achadas na Gardênia Azul, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, área de atuação de uma narcomilícia ligada à facção Comando Vermelho.

Em São Paulo, mais nove foram encontradas dentro de uma espécie de lago em São Roque, na região metropolitana de Sorocaba, por policiais de Carapicuíba, cidade da Grande São Paulo. Houve troca de tiros. Nos dois casos, ninguém foi preso.

O Exército afirmou neste domingo (22) que ainda não recebeu as 17 armas encontradas de volta.

A polícia de São Paulo disse que antes as metralhadoras e fuzis precisam antes passar por perícia.

Questionada sobre a previsão de devolução, a Polícia Civil do Rio de Janeiro não respondeu até a publicação desta reportagem.

Quando voltarem, as armas também serão periciadas pelo Exército, e só aí será decidido para onde serão levadas.

A força afirmou que esses armamentos são inservíveis e a recuperação não é compensadora economicamente.

 

Fábio Pescarini/Folhapress

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